A biópsia de próstata é frequentemente indicada nas seguintes situações:
- Níveis Elevados de PSA: O PSA é uma proteína que pode estar presente em níveis elevados em casos de câncer, hiperplasia prostática benigna ou prostatite (inflamação da próstata). Diante de alterações nos níveis de PSA, e pela possibilidade de estarem associadas à presença de câncer, a biópsia é indicada. Exames regulares de PSA são recomendados para homens a partir dos 50 anos ou a partir dos 45, em caso de histórico familiar de câncer de próstata.
- Resultados de Exames de Imagem: Exames como a ressonância magnética podem indicar a presença de anomalias na próstata que requerem biópsia para confirmação.
- Exame Físico Alterado: Homens com alterações perceptíveis no exame de toque retal, como a presença de nódulos, assimetrias ou mudanças na consistência da glândula, mesmo com PSA normal, têm indicação para a realização da biópsia.
Como é Realizada a Biópsia de Próstata?
A biópsia pode ser feita de diferentes maneiras. Os métodos mais comuns incluem:
Biópsia Transretal
Este é o método mais comum e envolve os seguintes passos:
- Preparação: O paciente realiza uma limpeza intestinal com o uso de um clister adquirido em farmácias, na véspera do exame. Também é administrado um antibiótico, iniciado 2 horas antes do procedimento, para prevenir infecções.
- Anestesia: É aplicada sedação endovenosa por um médico anestesista, tornando o exame absolutamente indolor.
- Coleta das Amostras: Um ultrassom transretal é utilizado para guiar uma agulha através do reto até a próstata, permitindo a coleta de várias amostras de tecido (geralmente entre 12 e 18).
- Duração: O procedimento dura, em média, de 15 a 30 minutos.
Biópsia Transperineal
Este método, cada vez mais utilizado, é uma alternativa à abordagem transretal.
O Dr. Gustavo Toniazzo foi o primeiro urologista a realizar rotineiramente este exame no estado do Rio Grande do Sul.
- Acesso pelo Períneo: A biópsia é realizada através da pele do períneo — área entre o escroto e o ânus.
- Preparação e Anestesia: Semelhante à biópsia transretal, o paciente é preparado e recebe sedação para maior conforto.
- Coleta das Amostras: A agulha é inserida através do períneo, guiada por ultrassonografia ou, em alguns casos, por fusão de imagens. Esse método permite alcançar áreas específicas da próstata, difíceis de acessar pela via retal.
- Vantagens: Menor risco de infecção e maior precisão na coleta das amostras.
Fusão de Imagens
Uma técnica mais recente e promissora, que combina imagens de ressonância magnética com ultrassonografia em tempo real.
- Imagens de Ressonância Magnética: O paciente realiza uma RM da próstata, que fornece imagens detalhadas e identifica áreas suspeitas.
- Fusão com Ultrassonografia: Durante o procedimento, as imagens da ressonância são “fundidas” com as da ultrassonografia, permitindo ao médico guiar a biópsia com mais precisão.
- Benefícios: Aumenta a taxa de detecção de câncer e reduz o número de biópsias, ao focar nas áreas de maior risco.
Riscos e Efeitos Colaterais
Embora seja um procedimento seguro, a biópsia pode apresentar alguns efeitos colaterais:
- Sangramento: Leve sangramento na urina ou nas fezes é comum e geralmente se resolve espontaneamente.
- Infecção: Risco pequeno (1 a cada 100 casos), prevenido com antibióticos. Sinais incluem febre, calafrios e dor persistente.
- Desconforto: Pode ocorrer dor leve após o exame. Analgésicos comuns costumam ser suficientes.
- Dificuldade Urinária: Em raros casos, pode haver dificuldade temporária para urinar.
Resultados da Biópsia
As amostras coletadas são analisadas por um patologista. Os resultados costumam ficar prontos entre alguns dias e uma semana e podem indicar:
- Câncer de Próstata: Caso sejam encontradas células cancerosas, o médico explicará o estágio e o grau do câncer, fundamentais para definir o tratamento.
- Hiperplasia Prostática Benigna (HPB): Indica aumento benigno da próstata, que pode demandar acompanhamento ou tratamento.
- Prostatite: Inflamação da próstata, geralmente tratada com medicamentos.
A biópsia de próstata é uma ferramenta essencial para o diagnóstico de alterações prostáticas, especialmente o câncer. Avanços como a biópsia por fusão de imagens e a abordagem transperineal aumentam a precisão e a segurança do procedimento.
É fundamental que homens, especialmente aqueles com fatores de risco, conversem com seu médico sobre a importância da detecção precoce e dos exames adequados.
Se você tem dúvidas sobre a saúde da sua próstata ou deseja conversar sobre a biópsia, agende uma consulta. Diagnóstico e tratamento precoces fazem toda a diferença.

